Eu só queria poder falar sem usar palavras ou sons, qualquer coisa que pudesse ser entendida por outra pessoa que não fosse nós. Usar códigos, símbolos, nossos sinais para dizer tudo o que tenho guardado e que sei que nunca será jogado fora, mesmo que o tempo, o vento e a dor sejam corretivos que apagam sentimentos e sentidos. Crueldade do tempo avançar e deixar pra trás as horas que antes eram eternas e que hoje se resumem a apenas 60 minutos.
Eu só queria falar a verdade e não me machucar, ou até mesmo criar um momento não tão bom no dia, pelo fato da saudade estar tão bem controlada e no seu lugar. Sei que não adianta agitar a poeira ou assanhar a água, nada voltará e nunca voltará como antes, querendo ou não que o futuro se repita do passado ou que se desenhe do presente. Queria falar que te amo sem sentir culpa ou desapego ao futuro, sem querer mudar a trajetória agora tão bem trilhada em rumos paralelos, em cima de trilhos de trem que não se cruzam. Queria que um bem chegasse e tomasse conta dos nossos dias, das tardes chuvosas e das noites estreladas por vagalumes e iluminadas pelos brilhos dos teus olhos. Eu queria simplesmente ver minha pequenez com meus próprios olhos e ficar no meu lugar assistindo você, que cresce, amadurece e floresce em verdes campos... vendo você errar, amar, sorrir, ou simplesmente falar que a vida é bela (sem crises existenciais ou afins).
Eu só queria ser como você, e ver o mundo como se nunca ouviu...
E ouvir com outros olhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário