E o dia se veste de negro para recepcionar a noite,
Escura, fria e chuvosa de inverno.
Da janela do apartamento, a luz do poste mostra a chuva caindo,
E aqui dentro, o que cai é a saudade.
As horas não passam,
Tem um relógio parado as 21:30 aqui,
O silêncio é quebrado por um rádio,
Que teimo em ouvir durante a noite,
Talvez para aproximar o sono,
Ou para lembrar de você.
Nesse instante tocou uma música que me faz lembrar de nós,
E essa vontade que me domina de te dominar,
Uma vontade louca de te amar e de simplesmente ir onde você vai,
Essa vontade absurda de te beijar o corpo,
A orelha,
O umbigo,
As coxas...
Vontades santas e insanas,
Conversas inocentes e impuras,
Toques de carinho e de sacanagem,
Excesso de amor e de sexo...
Um turbilhão de coisas me veio agora,
Um monte de pensamentos, desejos, vontades,
Que não ficaram para trás nem ficaram oprimidas...
Mas tudo isso me apareceu do nada,
tudo isso durante um blues.
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